Por: Wilson - 26/06/2016 - 12:13:39
Publicado em julho 12, 2016 por Redação
Tags: conflitos no campo, denúncia, desmatamento, terras indígenas
O índio pataxó hãhãhãe, Tawary Titiah, da etnia Bainã, denunciou ontem (11) na Casa de Trocas, da organização não governamental (ONG) Engajamundo, que a área de mata pertencente à sua aldeia, localizada no sul da Bahia, no município de Pau Brasil, está sendo invadida há pelo menos duas semanas. O primeiro sinal foi dado por um agricultor familiar que ouviu barulho de motosserra na região e avisou a um grupo de jovens indígenas que fiscalizava o local. Ao chegar ao local, o grupo detectou o desmatamento.
“Nossa área é de 54,1 hectares e, para encontrar o local do desmatamento, andamos 16 quilômetros. Quando chegamos, vimos alguns homens derrubando árvores próximo à nascente do rio que nos abastece e dissemos que ali era área demarcada e que eles não poderiam fazer aquilo. Eles responderam que não éramos nada, éramos bichos e não éramos donos de nada”, disse.
Segundo Titiha, os homens já são conhecidos da tribo e, ao perceberem que estavam armados, os índios resolveram sair do local, com receio de que os invasores atirassem. “Eles chegaram a dar tiros, mas não nos acertaram. Comunicamos nosso cacique, que avisou à liderança e à Polícia Federal [PF]. A PF foi até lá, mas não encontrou os homens, só as árvores derrubadas”. O Ministério Público Federal também já foi comunicado.
Titiah acompanha a situação de longe porque pouco depois do ataque, embarcou para São Paulo para participar de um encontro nacional de jovens do Engajamundo, organização da qual participa. Entretanto, há dois dias, ele soube que, além da derrubada das árvores, invasores provocaram uma queimada na mata. “Eles fizeram isso para não deixar vestígios. No dia seguinte, uma boa parte da nossa floresta ainda estava sendo queimada. Eles fizeram algo bem planejado, porque, além de queimar para não deixar vestígio, fizeram perto da nascente do rio.”
O índio explicou que essa é uma das nascentes que abastecem a tribo e a única que vem direto da fonte. A queimada extensa prejudica o rio e suas áreas ribeirinhas. “Isso mexe bastante com nossa vida, porque não sabemos como será a recuperação da natureza, que precisa de bastante tempo para se recuperar. O impacto para a natureza é o desequilíbrio e para nós, povos indígenas, é como se estivessem nos enterrando porque dependemos muito do rio”.
De acordo com Titiah, vivem na aldeia cerca de 4,7 mil índios de diversas etnias. Á área é legalmente demarcada e pertence a eles desde 2013. “Eles deram um tempo quando fizemos a retomada porque a Polícia Federal estava na área. Há pelo menos seis meses, com a saída da Polícia Federal, eles recomeçaram a nos atacar”. Titiah ressaltou que os habitantes da aldeia dependem da mata e dos espaços reservados para agricultura, de onde extraem sua subsistência, que estão ameaçadas pelas invasões e extração ilegal de madeira.
Por Flávia Albuquerque, da Agência Brasil, in EcoDebate, 12/07/2016
A moção, votada por unanimidade na Assembleia Geral Ordinária dos Sócios da SBPC, no dia 7 de julho, em Porto Seguro (BA), reitera “ser inadmissível, no âmbito do Estado democrático de direito, que sejam violados os direitos originários garantidos tanto na constituição brasileira quanto nos instrumentos jurídicos internacionais dos quais o Brasil é signatário”
A Assembleia Geral Ordinária dos Sócios da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizada no dia 7 de julho de 2016, decidiu por unanimidade endossar integralmente o documento elaborado pelos pesquisadores indígenas, reunidos com caciques, lideranças e aliados da causa indígena, por ocasião da 3ª SBPC Indígena, no âmbito da 68ª Reunião Anual da SBPC, nos dias 03 a 08 de julho de 2016, em Porto Seguro – BA.
O documento reitera “ser inadmissível, no âmbito do Estado democrático de direito, que sejam violados os direitos originários garantidos tanto na constituição brasileira quanto nos instrumentos jurídicos internacionais dos quais o Brasil é signatário”.
Veja aqui o documento completo.
Jornal da Ciência
Pesquisadores esperam mapear em dois anos todas as formações recifais que estão na faixa litorânea entre Cabedelo e João Pessoa
O Estado da Paraíba ganhou dois novos projetos que possibilitarão a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção e a ampliação e mapeamento de 100 mil hectares do fundo oceânico que ajudarão no monitoramento das Áreas Protegidas no litoral paraibano. Os projetos, que fazem parte do Programa Extremo Oriental das Américas (PEOA), objetiva fomentar a relação entre o conhecimento científico e a formulação de políticas públicas conservacionistas em escala regional.
Liderados por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, os projetos são financiados principalmente pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e contam com o apoio administrativo do CEPAN (Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste) e logístico da Mar Aberto Dive Center.
Segundo Orione Álvares da Silva, analista ambiental do ICMBio e um dos coordenadores,“o PEOA está orientado para a geração de conhecimento científico diretamente aplicado à conservação, onde são observados os marcos legais já existentes, como as Metas de Aichi e o Decreto do Governo da Paraíba, que prevê a ampliação de áreas marinhas protegidas (nº 35.750/2015).
Já o Prof. Bráulio Santos, do Departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB, também coordenador do PEOA, acredita que “sem conhecimento técnico-científico sólido e atualizado, é pouco provável que nossas ações de conservação sejam efetivas e cumpram sua função socioeconômica”.
Tubarão-Lixa
O Projeto de Conservação do Tubarão-lixa (Ginglymostoma cirratum), na costa da Paraíba, que tem como responsável técnico o Prof. Ricardo Rosa da UFPB, está realizando o monitoramento do tubarão-lixa, espécie ameaçada de extinção, em três naufrágios e três recifes naturais. Todos os tubarões encontrados são identificados individualmente através de fotografias subaquáticas e marcas naturais, o que permitirá saber por onde eles se deslocam, seus locais de descanso e alimentação, sua quantidade e sexo. Com base nesses resultados, pretende-se elaborar recomendações de conservação do tubarão-lixa, que sigam as ações do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Elasmobrânquios Marinhos (PANTubarões).
Outro aspecto importante do Projeto é a participação de pescadores artesanais e praticantes do mergulho recreativo no processo de construção do conhecimento, incluindo-os em um programa de cidadão cientista, que objetiva a popularização da ciência.
Fundo Oceânico
O Projeto Caracterização de Ecossistemas Recifais Mesofóticos, está realizando o mapeamento de ecossistemas recifais de até 90 m de profundidade, pouco conhecidos pela ciência, utilizando equipamentos (sonares) de última geração, capazes de gerar imagens 3D com qualidade e realismo. A área mapeada pelo projeto poderá superar a 100 mil hectares e será útil para subsidiar a criação de unidades de conservação na costa da Paraíba. Este trabalho conta com a colaboração do Programa de pós-graduação em Geodinâmica e Geofísica da UFRN e do Programa de pós-graduação em Oceanografia da UFPE.
Além disso, a fauna marinha está sendo registrada por um ROV (Veiculo Operado Remotamente) capaz de gerar imagens ao vivo e em alta resolução dos seres vivos e do fundo do mar em profundidades de até 100 metros. Com isso, os pesquisadores esperam mapear em dois anos todas as formações recifais que estão na faixa litorânea entre Cabedelo e João Pessoa.
Colaboração de Aldo Sergio Vasconcelos, in EcoDebate, 08/07/2016
Há mais de nove meses sem chuva, o Sul da Bahia sofre as consequências da falta de abastecimento de água para a população. A cidade de Itabuna teve situação de emergência decretada pela prefeitura municipal desde dezembro de 2015 e, no início de junho, o decreto foi prorrogado por mais 180 dias, devido à gravidade da situação.
Segundo a administração local, a estiagem paralisou a captação de água nos rios Salgado e Colônia, além do rio Almada que, devido à ausência de chuva, reduziu 97% da captação na Estação de Rio do Braço, uma das que distribui água para a cidade.
De acordo com o decreto de renovação, publicado no dia 3 de junho, “os danos provocados pela maior estiagem da história da região vêm impactando diretamente a normalidade da distribuição e fornecimento de água potável para a população de diversos bairros, povoados e distritos” de Itabuna. O documento ainda destaca que a situação compromete a “normalidade do funcionamento de diversos equipamentos e estabelecimentos públicos que prestam serviços essenciais de caráter ininterrupto como: hospitais, escolas, creches, clínicas e outros”.
A estiagem também prejudica o funcionamento das indústrias e do comércio, das atividades agrícolas e pecuária na região, o que tem provocado desemprego e a diminuição da capacidade econômica do município.
O documento publicado no Diário Oficial do Município autoriza a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) a atuar nas ações que lidam com a escassez hídrica e na busca pela normalidade.
Atualmente, a captação de água está sendo realizada nas estações da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), no distrito de Travessão e no município de São José da Vitória. O objetivo é conseguir 1 milhão de metros cúbicos a serem distribuídos para a população de Itabuna por meio de 140 reservatórios.
Devido ao agravamento da seca na região Sul, a Prefeitura de Itabuna deve instalar mais 40 reservatórios de 10 mil litros cada, para o abastecimento de água potável e tratada, vinda do rio Iricó.
Estiagem permanece
De acordo com o quarto distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estiagem deve continuar pelos próximos meses, o que pode agravar a crise hídrica no sul da Bahia.
“Os próximos dias continuam sem chuva significativa, na Região Sul, sobretudo no que diz respeito a grandes volumes de chuva, o que diminuiria essa condição relacionada ao abastecimento. O que nós temos observado, e deve ocorrer nos próximos dias, é uma chuva rápida, isolada, mas bem ao longo da faixa litorânea, na região mais a Sudoeste, que é o caso de Itabuna e outros municípios. Por enquanto, então, não há previsão de chuva significativa e os próximos dias devem permanecer com volume pequeno de chuva”, disse a meteorologista do Inmet, Cláudia Valéria Silva.
Segundo o Inmet, as chuvas mais intensas, que podem amenizar a situação, só devem ocorrer no período chuvoso característico da região, a partir da segunda quinzena de outubro. Antes disso, pode haver chuva, mas em quantidades consideradas insuficientes.
Concessão
Devido ao agravamento da crise hídrica em Itabuna, a prefeitura abrirá um processo de concessão da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), por até 20 anos, por conta da queda de receitas e do aumento de despesas ocasionadas pela seca na região.
As dívidas da Emasa chegam a R$ 80 milhões, situação provocada pelo agravamento da estiagem, já que os custos de operação de carros-pipa e a aquisição de reservatórios são de responsabilidade da empresa. A situação não é pior, diz a prefeitura, porque desde abril os governos federal e estadual investem cerca de R$ 1,7 milhões por mês.
Qualquer empresa do país poderá adquirir o direito de administrar a Emasa, a partir da concessão, que terá as regras do edital, que só deve ser publicado caso a proposta seja aprovada na Câmara de Vereadores de Itabuna. Mas já foi adiantado que os níveis de emprego e o investimento na captação, tratamento e distribuição de água devem ser mantidos.
Foto:Tomaz Silva/Agência Brasil |
Um levantamento nacional aponta que a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil |
A Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher da OAB-Subseção Eunápolis promove, no próximo dia 15, a mesa de debate “Enfretamento a Cultura do estupro”, buscando orientar e conscientizar sobre como proceder em casos de estupro.
De acordo com um levantamento nacional, a cada 11 minutos uma mulher notifica estupro no Brasil. “Queremos discutir de forma ampla e aberta essa questão. É uma questão histórica e cultura, temos que quebrar esse estigma, por isso é importante nos mobilizarmos e discutirmos esse tema”, destacou o presidente da OAB-Subseção Eunápolis, Alex Ornelas, ao ressaltar a importância do assunto.
Ornelas destacou ainda que 2016 é o ano da Mulher Advogada. “è um ano de proteção a mulher”, ressaltou.
O evento será realizado na Câmara Municipal de Eunápolis, das 9 às 12h, e contará a com a participação da vice-presidente da OAB – Seccional Bahia, Ana Patrícia Dantas Leão; da presidente da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher da OAB, Lia Barroso; da coordenadora da 23ª Coordenadoria de Polícia do Interior, delegada Valéria Fonseca Chaves; da doutoranda em História e professora da UNEB, Célia Santana; da militante da marcha mundial das mulheres e atuante no Flores de Dandara; Delliana Ricelli Ribeiro; da presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Reginalva Almeida Santana; e da advogada Karina Christina Souza, como mediadora da mesa.
O presidente da OAB-Subseção Eunápolis reforça que é importante a participação de todos. O evento é direcionado a advogados e a sociedade civil em geral.
São 11 trabalhos desenvolvidos em sala de aula por meio do programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, que visa estimular o estudo das Ciências e o protagonismo científico dos estudantes.
Foto: Emerson Santos |
Projeto sobre a Lua e o comportamento das marés |
Os projetos dos estudantes estão relacionados ao tema da SBPC que é ‘Sustentabilidade, tecnologia e integração social’. Gabriel Oliveira Brito, 18 anos e Gabriela Barbosa, 17, que cursam o 2º ano no Colégio Estadual Doutor Antônio Ricaldi, em Porto Seguro, estão expondo o projeto ‘A Lua e o comportamento das marés’, que trata da Física das marés.
“Este projeto nos despertou mais interesse pela investigação científica porque aprendemos na prática com a observação da natureza, pois, relacionamos a altura da maré oceânica com as posições e fases da lua”, diz o estudante. Gabriela Barbosa acrescenta: “a SBPC está sendo extremante rica porque é uma troca de conhecimento constante, pois, muitas pessoas param para saber informações da nossa pesquisa e isso é muito bom”, afirma.
Foto: Roberto Rodrigues |
Estudantes desenvolveram um projeto sobre desengordurante natural |
Pensando na sustentabilidade, as estudantes Rayane Gama, 17, e Izabele de Jesus, do 3º ano, do Centro Educacional Machado de Assis (CEMAS), em Teixeira de Freitas, desenvolveram um desengordurante natural. “Nosso desengordurante pode ser feito em casa com produtos simples como caldos de limão e laranja, água e bicarbonato de sódio com o objetivo de substituir produtos industrializados que poluem o meio ambiente”, destaca Izabele.
Já Rayane afirma que vai aproveitar ao máximo a SBPC. “É uma boa oportunidade para aprender coisas novas e está sendo muito estimulante participar de um evento grande como este”, comenta.
Publicado em julho 7, 2016 por Redação
Tags: política indigenista, terras indígenas
Cerca de 100 indígenas de três etnias baianas – Pataxó, Tupinambá e Tumbalalá – fizeram ontem (6) manifestação em frente ao Palácio do Planalto pedindo a demarcação de suas terras. Eles reivindicam também que sejam mantidas as demarcações e homologações feitas antes do afastamento da presidenta Dilma Rousseff.
O ato dos indígenas no Planalto começou no momento em que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebia, em seu gabinete, sete parlamentares da bancada do Amazonas. De acordo com o Planalto, os parlamentares pediram a revisão dos últimos atos de demarcações de terras indígenas feitos pelo governo afastado.
Participaram da reunião com Padilha o líder do PSD no Senado, Omar Aziz (AM) e seis deputados. Entre eles, Átila Lins (PSD-AM). No encontro com o ministro, o senador e os deputados entregaram ao ministro um “manifesto contra a forma de criação, pelo Poder Executivo, das unidades de conservação em terras indígenas”, informou à Agência Brasil a assessoria de Omar Aziz.
Funai
Com faixas contra a possibilidade de “militarização e fundamentalismo religioso” na Fundação Nacional do Índio (Funai), em alusão às especulações de que o governo Temer estaria estudando a possibilidade de indicar, para a presidência do órgão indigenista, o general da reserva do Exército Sebastião Roberto Paternelli, os indígenas argumentam que o oficial é uma pessoa que “historicamente se disse contra a questão indígena, além de integrar a bancada evangélica”.
De acordo com 104 indígenas, que vieram da Bahia para uma agenda de encontros com autoridades governamentais, isso deixa o general “sem a credibilidade necessária” para ocupar o cargo.
“Se nomear, vamos fazer mais ações, ocupações e lutas”, disse à Agência Brasil o líder indígena e secretário executivo da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Sul da Bahia (Finpat), Kâhu Pataxó.
Contatada pela Agência Brasil, a Casa Civil da Presidência da República informou que o governo não tem, até o momento, nenhuma definição sobre quem ocupará a presidência da Funai.
O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, informou que o nome do general foi indicado ao governo para o cargo. Como de praxe, o currículo e a vida pregressa de Paternelli foram analisados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que concluiu que não ter encontrado nada que o desabonasse. No entanto, segundo Geddel, não foi tomada nenhuma decisão dentro do governo, que ficará a cargo do ministro da Justiça. A Funai é vinculada ao ministério.
Manutenção dos atos de Dilma
“Estamos tristes também com a notícia de que o governo Temer pretende revogar as cartas declaratórias feitas pelo governo Dilma [para a homologação e demarcação de diversas terras indígenas]; e preocupados com a possibilidade de a Portaria 303 da AGU [Advocacia-Geral da União], suspensa pela Dilma em 2012, ser republicada”, acrescentou Kâhu Pataxó.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), uma das medidas previstas pela Portaria 303 permite, sem consulta prévia aos povos, a ocupação de terras indígenas por unidades, postos e demais intervenções militares, malhas viárias, empreendimentos hidrelétricos e minerais de cunho estratégico.
Falta de compromissos
“Falta ao governo Temer assumir compromissos com os índios brasileiros. O que queremos agora, e não sairemos daqui do Planalto enquanto não tivermos um aceno neste sentido, é um posicionamento do governo com relação a essas questões”, disse o líder Pataxó.
PEC 215
Os manifestantes protestam também contra a PEC 215 que, se aprovada, passará ao Congresso Nacional a responsabilidade pelas demarcação de terras indígenas. Atualmente, cabe ao Poder Executivo essa responsabilidade.
No dia 12 de maio, quando a presidenta Dilma Rousseff foi afastada da Presidência e Michel Temer assumiu o cargo de forma interina, o então ministro da Justiça, Eugênio Aragão, havia dito que deixava a pasta “triste, porém de alma lavada”, por ter declarado os limites de 13 áreas indígenas, além da homologar outras três.
Daqui a pouco, no Palácio do Planalto, os indígenas participarão de reunião com os ministros Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Alexandre de Moraes, da Justiça e Cidadania.
Por Pedro Peduzzi, da Agência Brasil, in EcoDebate, 07/07/2016
Foto: Luciano Candisani |
Parque Nacional do Pau-Brasil possui uma área de 19.020 hectares de Mata Atlântica |
Criado há 17 anos, o Parque Nacional do Pau-Brasil, no município de Porto Seguro, teve seu Plano de Manejo aprovado no último dia 09, de acordo com a portaria nº 43, assinada pelo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Claudio Carrera Maretti.
Foto: Luciano Candisani |
Cachoeira é uma das atrações que irão encantar os visitantes |
A presença de antas é outro ponto importante destacado por Faraco. “As antas são excelentes dispersoras de sementes. Elas são construtoras de florestas”, explicou ele, salientando ainda que a maior importância do Parque está em seu tamanho que permite abrigar diversas espécies da fauna e da flora da Mata Atlântica.
ESTRUTURA PARA VISITAÇÃO - Faroco explicou que há quatro anos o Parque já vem sendo preparada para a visitação de turistas. “Construímos estruturas e treinamos funcionários para a abertura de trilhas”, disse o chefe.
Segundo Faraco, foram abertas cinco trilhas (uma delas dá acesso a uma cachoeira, onde foi disponibilizado um local para piqueniques), com cerca de quinhentos metros cada uma e foram construídas passarelas, mirante e uma tirolesa. “Fizemos uma estrutura para atendem visitas de famílias, que é uma demanda latente na região. O parque é um local de diversão. As trilhas foram construídas permitindo também o acesso a pessoas que tem dificuldade de locomoção”, salientou o chefe do Parque.
Os ciclistas também contarão com uma trilha dentro do Parque. “Andar de bicicleta tem tudo a ver com natureza. Não espanta os animais, não causa tanto impacto, não polui e tem tudo a ver com a região, onde a atividade de ciclismo está cada vez mais forte”.
Foto: Luciano Candisani |
Área destinada a piquenique |
Como não é permitido o acesso de carros a área do Parque, os visitantes deixarão o carro no estacionamento e serão levados numa van até a um ponto central, onde o visitante poderá escolher qual trilha deseja seguir. Haverá também uma Toyota que fará passeios por uma das trilhas.
Segundo o chefe do Parque, no momento o parque está aberto apenas a visitação de grupos pré-agendados. "Ainda estamos concluindo a sinalização e algumas questões de segurança", concluiu Faroco.
Toda vez que há uma ressaca do mar, a praia de ponta grande é a mais prejudicada em porto seguro. Algumas barracas já tiveram que fechar, e a pista da br 367 está cedendo mais, cada vez que passa.
O problema já é antigo, mas mesmo assim, segue sem solução. Ao invés de consertar a cratera que existe no trecho que liga porto seguro a Santa Cruz Cabrália, o DNIT (departamento nacional de infraestrutura de transportes) só altera as placas que indicam o desvio do buraco. “daqui a pouco não vai ter mais por onde a gente passar. tem que invadir a contramão, com risco de provocar um acidente e ninguém faz nada.” declarou o eletricista Edy Rigaldi, que passa pelo local toda semana.
Ao longo da praia existem algumas contenções com pedras, mas muitas não resistiram a força do mar, por isso é necessário que sejam recolocadas novas pedras para conter a maré. no mesmo trecho, um pouco mais a frente, o DNIT só instalou quebra-molas depois que aconteceram acidentes com vítimas fatais e moradores protestaram pelos redutores de velocidade.
Será que o órgão está esperando algo mais grave acontecer para tomar providências?
Por Deyse Delamura.
O IBGE lançou em 27 de junho, o Atlas Nacional Digital do Brasil 2016. Trata-se de um atlas que incorpora, em ambiente interativo, as informações contidas no Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, publicado em 2010, acrescidas de 170 mapas com informações demográficas, econômicas e sociais atualizadas e um caderno temático sobre a população indígena no Brasil. Com isso, faz um mapeamento inédito sobre a localização dessa população dentro e fora das Terras Indígenas, segundo dados do Censo Demográfico 2010.
Este Atlas revela as profundas transformações ocorridas na geografia brasileira, acompanhando as mudanças observadas no processo de ocupação do território nacional na contemporaneidade, e se estrutura em torno de quatro grandes temas: o Brasil no mundo; Território e meio ambiente; Sociedade e economia; e Redes geográficas.
Além do recurso ao texto escrito, o Atlas utiliza mapas, tabelas e gráficos, o que permite um amplo cruzamento de dados estatísticos e feições geográficas que tornam flexível e abrangente a seleção de informações, permitindo o entendimento aproximado da diversidade demográfica, social, econômica, ambiental e cultural do imenso território brasileiro.
Este lançamento inaugura a política do IBGE de divulgação anual do Atlas Nacional Digital do Brasil.
Clique aqui para ter acesso ao Atlas Nacional Digital do Brasil 2016.
Aplicativo permite navegação em ambiente interativo
O Atlas Nacional Digital do Brasil 2016 é uma aplicação de análise geográfica, voltada para usuários que desejam ter acesso somente ao conjunto de mapas e também para os que possuem um conhecimento mais avançado quanto à busca de informações geográficas on line.
Ao usuário é permitido ter acesso a todas as páginas da publicação, podendo fazer download e consultar os seus dados geográficos, estatísticos e seus metadados (informações sobre o dado). A aplicação possibilita também analisar os 780 mapas do Atlas em um ambiente interativo, que permite a navegação pelo mapa, alterar a escala de visualização, ver e exportar tabelas e arquivos gráficos, personalizar o mapa superpondo temas de várias fontes, gerar imagens, salvar o ambiente de estudo para posterior análise e abrir um ambiente personalizado de estudo.
Atlas Nacional Digital do Brasil 2016 se estrutura em quatro grandes temas
O Atlas Nacional Digital do Brasil 2016 é estruturado em torno de quatro grandes questões: O Brasil no mundo; Território e meio ambiente; Sociedade e economia; e Redes geográficas.
O eixo temático O Brasil no mundo aborda questões como a desigualdade social, o acesso a informações, as redes geográficas e as fontes energéticas.
A relação entre Território e meio ambiente ressalta as diversas divisões do território brasileiro e traz mapas de relevo, clima, solos, recursos hídricos, vegetação, fauna ameaçada, além de informações sobre riscos ambientais.
O tema Sociedade e economia aborda a dinâmica geográfica, a urbanização, a desigualdade social, saúde, educação, saneamento, cidadania e espaço econômico.
O eixo das Redes geográficas considera os sistemas e as redes – geodésicas, cartográficas, viárias, aéreas, comunicação e energia – como componentes da logística territorial e, portanto, da localização geográfica das atividades econômicas no Brasil, constituindo condição básica para o escoamento da produção, a circulação humana e, hoje em dia, para o desenvolvimento sustentável, uma vez que alavancam grande parte das formas de ocupação e de uso dos recursos naturais, reestruturando continuamente o território nacional.
Caderno Temático faz mapeamento inédito sobre a população indígena
O aprimoramento do Censo Demográfico 2010, no que se refere à base territorial, permitiu a espacialização dos indígenas em escalas geográficas diferenciadas. Foram analisadas as características sociodemográficas dentro e fora das Terras Indígenas, de forma a dar maior visibilidade a esse segmento populacional, o que permitiu mapear estas informações.
O Censo 2010 mostrou que 517,4 mil indígenas (57,7% do total desta população) viviam nas Terras Indígenas oficialmente reconhecidas na época de sua realização. As regiões Norte (73,5%) e Centro-Oeste (72,5%) possuíam os maiores percentuais. Roraima era o estado com o maior percentual (83,2%) e o Rio de Janeiro detinha a menor proporção (2,8%).
75,0% dos indígenas souberam informar sua etnia
No Brasil, 75,0% das pessoas que se declararam indígenas souberam informar o nome da etnia ou povo ao qual pertenciam. As etnias mais representativas, segundo as unidades da federação, revelaram características determinantes de possíveis padrões de distribuição espacial de algumas delas, como os Xavantes, que estavam entre os mais numerosos em todos os estados da região Centro-Oeste, e os Guarani Kaiowá, com penetração em toda região Sul e parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Mais de 30% dos indígenas sabiam falar sua língua de origem
O Censo 2010 identificou 274 línguas indígenas. Em todo o país, 37,4% dos indígenas de 5 anos ou mais de idade falavam uma língua indígena. Dentro das Terras Indígenas esse percentual foi de 57,3%, enquanto fora delas e em áreas urbanas, 9,7% ainda eram falantes, e, nas áreas rurais, 24,6%.
As línguas indígenas eram faladas em maior porcentagem nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste, sendo que as Terras Indígenas localizadas nessa última região alcançaram o percentual mais elevado, 72,4%. O Guarani foi significativo no conjunto das línguas mais faladas nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o mesmo ocorrendo em relação aos Nhandeva e aos Mbya nas regiões Sudeste e Sul.
Fonte: IBGE
Foto: Reprodução/Veracel |
O projeto de pesquisa terá, inicialmente, 12 meses de duração e prevê duas etapas |
Uma parceria inédita entre a Veracel e a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) criou oportunidade para a realização de um estudo das estratégias de conexão biológica entre unidades de conservação por meio dos corredores ecológicos. O projeto foi elaborado pela doutora em Ciência Ambiental pela USP, Maria Otávia Crepaldi e será supervisionado pelo professor Dr. Asher Kiperstok da UFBA/UFSB e pela gestora da RPPN Estação Veracel, Virgínia Camargos, que é doutora em Botânica pela UFV.
De acordo com Virgínia Camargos, essa parceria abrirá outras oportunidades no meio acadêmico, possibilitando novos estudos científicos. “Essa parceria é um importante passo para o desenvolvimento do conhecimento científico na região”. Virgínia acredita também que poderão surgir interesses para fontes financiadoras de pesquisas não somente da área de conservação ambiental, como também de tecnologia, melhoramentos, indústrias, entre outras.
O projeto de pesquisa terá, inicialmente, 12 meses de duração e prevê duas etapas. A primeira etapa será de identificar os melhores caminhos para implantação dos corredores entre as Unidades de Conservação (UC) selecionadas com o auxílio de ferramentas da Ecologia de Paisagem. Depois, está prevista uma avaliação em campo para o planejamento da implantação dos corredores. “Este projeto também irá contribuir para a sustentabilidade no meio rural em uma das regiões mais biodiversas do mundo”, comenta a pesquisadora Maria Otávia.
Um projeto piloto para formação do corredor ecológico entre o Parque Nacional do Pau Brasil e a RPPN Estação Veracel foi desenvolvido entre 2015 e 2016 pelos parceiros da Veracel Celulose, a The Nature Conservancy (TNC) e o Instituto BioAtlântica (IBIO). Os resultados serão publicados em artigos científicos, congressos e simpósios acadêmicos. Além da RPPN Estação Veracel, o Parque Nacional Pau-Brasil, o Refúgio de Vida Silvestre do Rio dos Frades e a RPPN Rio do Brasil também serão parte do estudo.
Não perca a chance e se inscreva antes que passe o prazo de inscrição!
Atenção: Confira a "Data de Inscrição" e "Data da Realização" do curso desejado.
Corpus da informação retirado do site: http://ava.mma.gov.br/course/category.php?id=20
O curso só será liberado para visualização após o término da "Data de Inscrição", ou seja, no 1º dia da "Data de Realização".
Objetivo: Incentivar a reflexão, discussão e ação interativas com informações e conceitos sobre mudança em favor de estilos de vida sustentáveis.
Público-alvo: Cidadãos-consumidores
Carga horária: 30 horas
Possui tutoria: Não
Período de inscrição: 04/07/2016 a 22/07/2016
Período de realização: 25/07/2016 a 31/08/2016
Número de vagas: 1000
Objetivo: Trabalhar o conhecimento dos pais e educadores para que contruam valores mais sustentáveis com as suas crianças, desestimulando o consumir por consumir e incentivando a prática de brincadeiras, hábitos e atitudes muito mais saudáveis e sustentáveis.
Público-alvo: Pais, mães e educadores de crianças
Carga horária: 30 horas
Possui tutoria: Não
Período de inscrição: 04/07/2016 a 22/07/2016
Período de realização: 25/07/2016 a 31/08/2016
Número de vagas: 1000
Objetivo: Sensibilização e divulgação de informações pertinentes á área ambiental, oportunizando conhecimentos específicos em produção e consumo sustentáveis, desenvolvendo ações e acompanhamento do sistema de gestão ambiental e economia verde.
Carga horária: 40 horas
Possui tutoria: Não
Período de inscrição: 04/07/2016 a 05/08/2016
Período de realização: 08/08/2016 a 30/08/2016
Número de vagas: 1000
Objetivo: Oferecer subsídios e apoio técnico para a implementação da Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P nos órgãos e entidades da administração pública de todas as esferas e poderes.
Público-alvo: Servidores públicos que desejam implementar a A3P nos órgãos e entidades da administração pública de todas as esferas e poderes.
Carga horária: 12 horas
Possui tutoria: Não
Período de inscrição: 04/07/2016 a 22/07/2016
Período de realização: 25/07/2016 a 05/08/2016
Número de vagas: 1000
Objetivo: Sensibilizar e capacitar os gestores públicos de todas as áreas sobre a problemática da desigualdade de gênero e a importância da transversalização dos temas “gênero” e “desenvolvimento sustentável”.
Público-alvo: Gestores públicos de todas as áreas, federais, estaduais e/ou municipais.
Carga horária: 20 horas
Possui tutoria: Não
Período de inscrição: 04/07/2016 a 22/07/2016
Período de realização: 25/07/2016 a 19/08/2016
Número de vagas: 1000
Objetivo: Desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes que possibilitem aos profissionais por ele formados, utilizarem de maneira teórica e prática um guia para a produção de conteúdos para a Educação a Distância (EAD), contribuindo para o fomento da educação ambiental e a difusão de políticas públicas de meio ambiente.
Público-alvo: Todo profissional que deseja aprender ou aprimorar técnicas de produção de conteúdos para a Educação à Distância (EAD).
Carga horária: 20 horas
Possui tutoria: Não
Período de inscrição: 04/07/2016 a 22/07/2016
Período de realização: 25/07/2016 a 19/08/2016
Número de vagas: 1000
A 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) começa neste domingo (03), às 18 horas, no auditório do campus Sosígenes Costa da UFSB, em Porto Seguro. A celebração de abertura será realizada pelo Coral da Prefeitura Municipal de Porto Seguro e a orquestra Neojibá.
Diversas autoridades estarão presentes para a solenidade. O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilberto Kassab; o Ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho; a secretária executiva do MCTI, Emília Cury; o Governador da Bahia, Rui Costa; a presidente da SBPC, Helena Nader; o Reitor da UFSB, Naomar Almeida; a Prefeita de Porto Seguro e os presidentes da Academia Brasileira de Ciências, do CNPq e da Finep, são alguns deles.
Entre os dias 4 e 9 de junho, a 68ª Reunião Anual, que tem como tema “Sustentabilidade, Tecnologias e Integração Social”, contará com diversas subdivisões: SBPC Científica, SBPC Jovem, SBPC Inovação, SBPC Indígena e SBPC Cultural. Nesses locais, ocorrerão exposições, atividades interativas, oficinas, mesas-redondas e diversas atividades para o público, sempre das 08 às 20 horas.
No dia 9, será o Dia da Família na Ciência, em que a programação da Semana estará aberta ao público em geral. A ideia é aproximar as famílias da produção científica e tecnológica existente no país. O Programa AEB da Escola, que será organizado pela Agência Espacial Brasileira, as oficinas a cargo do Raul Hacker Club, UFBA, Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências, Veracel e Calango Hacker Clube, por exemplo, estão na lista de atrações.
As reuniões anuais da SBPC têm, concomitantemente, os objetivos de debater políticas públicas nas áreas de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação e de difundir os avanços da Ciência nas diversas áreas do conhecimento.
Inscrições e Programação completa podem ser visualizadas no site da Reunião Anual.
Fonte do texto: http://ufsb.edu.br/2016/07/68a-reuniao-anual-da-sbpc-comeca-neste-domingo-03-na-ufsb-em-porto-seguro/
Os pesquisadores do Projeto Coral Vivo estão atentos aos dados distribuídos pelo NOAA (serviço oceanográfico e atmosférico do governo americano) sobre a possibilidade de branqueamento de corais na costa brasileira até maio deste ano. Os mapas gerados atualmente apontam Alerta Nível 2 para o Sul da Bahia e Búzios, e Alerta Nível 3 se aproximando de Búzios.
“Todos os dias, os satélites adquirem informações sobre a temperatura da superfície do mar. A confiança da previsão é de 90%, e estamos observando continuamente”, explica o geólogo José Carlos Seoane, professor do Instituto de Geociências da UFRJ e membro da Rede de Pesquisas Coral Vivo, a qual conta com o patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Em 2011, Seoane conseguiu que o NOAA instalasse no Brasil “bóias virtuais”, que guardam as informações adquiridas pelos satélites, para monitorar o efeito das mudanças climáticas nas seis áreas mais significativas com recifes de coral e comunidades coralíneas: Maracajaú (RN), Fernando de Noronha e Atol das Rocas (PE), Costa dos Corais (PE e AL), Recife de Fora (BA), Abrolhos (BA) e Búzios (RJ). A iniciativa gera dados contínuos da temperatura da superfície do mar nesses pontos-chave. Desde então foram também criadas “bóias virtuais” na Bahia de Todos os Santos (BA) e na Ilha da Trindade (ES).
“A previsão de branqueamento, que gera o alerta, é feita a partir da temperatura da superfície da água do mar, comparada a média da temperatura esperada para cada dia do ano, chamada de “climatologia”, e leva também em conta quantos dias a temperatura está acima do normal, e se a água está circulando ou parada (pela medição dos ventos)”, informa Seoane.
Branqueamento de corais
O branqueamento acontece quando as microalgas simbiontes – chamadas de zooxantelas e que dão cor ao tecido quase transparente do coral – são expulsas por conta de estresses como aquecimento, acidificação da água ou poluição. Assim, o esqueleto calcário fica visível atrás do tecido quase transparente. “Quanto mais intenso e duradouro for o evento estressante, maior é a chance da colônia de coral adoecer e morrer”, explica o coordenador geral do Projeto Coral Vivo e professor do Museu Nacional/UFRJ, o biólogo marinho Clovis Castro.
O doutorando Gustavo Duarte chama a atenção para o fato dos corais que ocorrem no litoral brasileiro muitas vezes conseguirem sobreviver a estresses crônicos. “Enquanto os do exterior têm alta taxa de mortalidade, os daqui conseguem se recuperar em seis meses, com o retorno das algas zooxantelas à colônia”, diz.
Mesocosmo marinho
Com o intuito de estudar o comportamento dos corais que ocorrem no Brasil diante das mudanças climáticas, o Projeto Coral Vivo desenvolveu um mesocosmo marinho. “É um sistema com dezesseis tanques alimentado constantemente pela água do mar, que funciona como uma máquina do tempo simulando as previsões do IPCC da ONU para os próximos 100 anos, por exemplo”, descreve o biólogo marinho Emiliano Calderon, coordenador de pesquisas do Coral Vivo. Nele, são realizados experimentos com a participação de diferentes universidades e institutos de pesquisa públicos na base de pesquisas localizada no Arraial d’Ajuda Eco Parque, em Porto Seguro (BA). A região tem uma das maiores biodiversidades marinhas do Atlântico Sul. “Esses dados gerados pelo mesocosmo marinho do Coral Vivo contribuirão para tomadas de decisão de políticas públicas, principalmente”, completa Duarte.
Projeto Coral Vivo
O Coral Vivo faz parte da Rede BIOMAR (Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha), que reúne também os projetos Tamar, Baleia Jubarte, Golfinho Rotador e Albatroz. Todos patrocinados pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, eles atuam de forma complementar na conservação da biodiversidade marinha do Brasil, e trabalham nas áreas de proteção e pesquisa das espécies e dos habitats relacionados. As ações do Coral Vivo são viabilizadas também pelo copatrocínio do Arraial d’Ajuda Eco Parque, e realizadas pela Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN) e pelo Instituto Coral Vivo (ICV). Em parceria com o ICMBio, o Coral Vivo é coordenador executivo do Plano de Ação Nacional para Conservação dos Ambientes Coralíneos (PAN Corais).
Publicado no Portal EcoDebate, 13/04/2015
Notícia: Pós-Graduação Lato Sensu em Ciência e Tecnologia Ambiental no IFBA Campus Porto Seguro
O Instituto Federal da Bahia – Campus Porto Seguro ofertará, em consonância com a Resolução n°. 12 do CONSUP, de 29 de março de 2016 e em parceria com a Universidade Federal do Sul da Bahia o Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Ciência e Tecnologia Ambiental.
O Edital de Seleção será lançado em julho e as aulas têm previsão de início para setembro de 2016, com disciplinas ofertadas de forma modular, às sextas-feiras das 18h30min às 22h e aos sábados de 8h às 12h e das 14h às 18.
O Curso terá a duração de 12 meses e a carga horária de 372 horas e o concluinte fará jus ao Certificado de Especialista em Ciência e Tecnologia Ambiental.
A Coordenação e Vice-Coordenação do Curso estão sob a responsabilidade do Prof. Dr. Marcus Luciano Souza de Ferreira Bandeira e do Prof. Dr. Allison Gonçalves Silva, respectivamente. Pode-se contatar diretamente a Coordenação do Curso através do e-mail < cteam.psg@ifba.edu.br>.
Esta especialização tem como público-alvo profissionais do setor público ou privado, com formação superior ou curso superior em tecnologia em diferentes áreas do conhecimento, como Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Engenharias e Ciências Agrárias.
Pretende-se formar profissionais direcionados à prevenção e/ou à resolução de problemas ambientais que afetam o meio ambiente e a vida da sociedade, com habilidades e capacitação técnico-científica bem como, analisar laudos técnicos de órgãos ambientais no que tange aos parâmetros químicos e físico-químicos.
Mais informações serão divulgadas em breve no site e na Fan Page do IFBA Campus Porto Seguro no Facebook.
Fonte do texto e notícia: http://www.portoseguro.ifba.edu.br/index.php/99-noticias/noticias-2016/1003-pos-graduacao-lato-sensu-em-ciencia-e-tecnologia-ambiental
Subsídio Câmara | ||
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